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quinta-feira, 31 de julho de 2008

A QUEM REALMENTE ADORAMOS?

Quando falta esclarecimento, geram-se dúvidas. Nos dias de hoje, cheio de ideologias, cada qual procurando convencer a opinião pública, nos deparamos com membros da Igreja confusos, senão perdidos diante de tantas falácias. Os Católicos precisam entender mais e melhor a Bíblia e a doutrina da Igreja, a fim de não se deixarem “iludir”. No livro de Atos, nos deparamos com a situação do eunuco etíope, que lia passagens do profeta Isaias, mas, não entendia, porque ninguém o explicava corretamente. (cf. At 8, 26-39). É indispensável levar ao conhecimento o verdadeiro significado da Palavra de Deus para que não haja “mal entendidos” e nem fundamentalismos (mera interpretação ao pé da letra).Há alguns dias atrás, alguém me escreveu: “Recebi visita de pessoas não católicas, deparando-se com minhas imagens e quadros sagrados, falaram que somos “idolatras”. Em seguida leram pra mim: “Não façam para vocês, ídolos, nenhuma representação, daquilo que existe no céu e na terra.” (Ex 20,4). Diante deste versículo e outras informações deixadas por eles, me encontro em dúvidas, preciso de esclarecimentos.”Querido Batizado, em primeiro lugar é importante, entender o que significa idolatria, adorar ídolos, o que são ídolos? Ídolos são falsos deuses. Os falsos deuses são aqueles que em nome de Deus enganam as pessoas. (cf. Mt 24,24 e Mc 13, 22). Idolatria é o que ocupa o lugar que pertence somente ao Deus único e verdadeiro. Jamais uma imagem de um santo ocupara o lugar de Deus. O que é imagem? É a figura em quadro, foto ou estátua que apenas representa uma pessoa ou lugar. As imagens apenas são sinais, figuras representativas, simbólicas que correspondem a pessoas reais que vivem em algum estado de vida.De fato, em (Ex 20, 4 e, noutras passagens) há proibição de imagens. Por quê? Porque poderiam dar oportunidade para que o povo de Israel (povo de Deus) os adorasse, a exemplo dos povos vizinhos, imitando assim gestos pagãos. É importante dar-se conta que a milhares de anos antes de Cristo, não havia figuras de santos, de Nossa Senhora. Logo, o texto, não refere-se às imagens sagradas dos grandes líderes do Reino de Deus, como: Nossa Senhora, São Pedro, Francisco de Assis, S. João Maria Vianey, Santo Antônio e outros. No Antigo Testamento, imagens, falsos deuses, ídolos referem-se aos reis das nações, que se “auto-declaravam” com “poder divino” em nome de falsos deuses. Submetiam o povo a adorá-los, construindo imagens deles ou que representavam eles, e desta forma, os reis escravizavam, dominavam, exploravam e matavam os povos. (cf. 2 Rs 17, 7-17).Em - Ex 25, 17-22 - (cf.), Deus ordena Moisés a colocar dois querubins de ouro sobre a Arca da Aliança, o grande símbolo religioso do povo de Deus no A.T. Em 1 Sm 4, 4-9 (cf.), aparece o valor do símbolo, do sinal, da imagem sagrada, como motivação e fervor. Inclusive nesta ocasião a imagem é chamada de Deus. Isto, porque representava a Deus. No livro de -2 Sm 6, 2 - (cf.) o povo de Deus, onde ia, levava consigo a Imagem, na qual Deus estava sentado a fim de fortalecê-los diante dos inimigos. ( cf. também: Sl 79, 2 e Sl 98, 1). Igualmente, não deixe de ler: (1 Rs 6, 11-30) Deus ordena Salomão a construção do templo com acréscimos de imagens. Por favor leia, é muito importante: (Ne 21, 4-9) e veja o poder da imagem sagrada, que em nome de Deus cura. Ainda confira: (1Rs 7, 23-26; também: 1Rs 7, 29-30).Deus Pai desejou se comunicar conosco, através de sua imagem. Primeiro ele nos fez “imagem e semelhança dele” (cf. Gn 1, 26). Depois nos enviou seu único Filho, a sua imagem. (cf. Jo 1, 18). Jesus é a imagem, a figura do Pai. ( cf. Jo 14, 7). A pedagogia usada por Jesus para evangelizar a comunidade, foi através de: sinais, gestos, símbolos, imagens, alegorias,denominados de parábolas, como: figueira, aves, lírios, bom pastor, bom samaritano, filho pródigo, viúva e muitas outras imagens figurativas. Em nenhum momento Jesus aprova a idolatria, isto é, a sua substituição por falsos deuses de interesses humanos ou pagãos: “você adorarás somente ao Senhor seu Deus e somente a ele servirás.” (Mt 3, 10b). A igreja se opõe a todo o tipo de idolatria, a tudo aquilo que explora e causa morte ao povo. A tudo aquilo que substitui a Deus e se coloca acima da vida humana. Os ídolos de hoje: consumismo, materialismo, ganância, dinheiro, concentração de terras e outros bens não partilhados, novelas e muitos outros. As imagens nos templos e nos lares, ao longo dos dois mil anos da Igreja, foi a Bíblia dos não alfabetizados, dos simples, das crianças. Imagens que exercem portanto, funções pedagógicas e psicológicas.Distinguindo entre: adoração e veneração. Adoração: reconhecimento da soberania absoluta de Deus. (cf. Ex 20, 3). Nos Católicos adoramos tão somente o único e verdadeiro Senhor da nossa vida; DEUS.Veneração, significa: apreciação, digno, respeitar, reter na memória. Para nós, as fotos destes líderes da Igreja, expressam o exemplo de santidade, fidelidade deixado por pessoas que também viveram a serviço do Reino de Deus. Assim como poderemos ter um jardim, que representa a diversidade da criação de Deus, porque não, algo que representa muito mais, (imagens, quadros, estatuas sagradas) que significam a sintonia com a vontade do Pai do céu.A simbologia está na cultura do povo. Muitas pessoas entendem melhor a partir do visual. O que seria de nós sem os símbolos, as figuras, os sinais e o visual? È impossível imaginar uma comunicação sem ambiente de sinais. A Igreja (templo), o seu lar (casa), poderá possuir ambiente com sinais da presença de Deus. As imagens invocam, provocam e convocam a presença de Deus.“Deus é espírito, e aqueles que o adoram, devem adorá-lo em espírito e verdade.” (Jo, 4,24). Exatamente assim realizamos a nossa adoração. E a manifestação desta verdadeira adoração em espírito e verdade esta na exteriorização daquilo que vivenciamos espiritualmente e interiormente. Cada um expressa o que pensa e sente. Se pensamos e sentimos a presença de Deus, expressamos sinais exteriores(imagens sagradas) de sua presença em nosso meio, isto é: antropológico e psicológico.Evidente, que não basta ter em casa um quadro, imagem, uma gruta para dizer que adora a Deus acima de tudo e de todos. É preciso muito mais do que isto; é preciso: fazer a vontade de Deus, participar da comunidade, viver o batismo, tomar a sua cruz a cada dia e assumir concretamente o Projeto de Nosso Senhor, porque, é por ai, que passa o caminho da salvação.
Marcelo Adriano Rolin – Pe.